terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

No fim a quem chamaremos de Judas?




É inconcebível que em uma época de democracia um governo dito democrático aja com tanta falta de tato para tratar de um assunto tão simples como uma reivindicação por melhores condições de vida; sim amigos... de vida. Ninguém é mais castigado ao cometer um erro do que o praça de polícia, ninguém tem, em toda a segurança pública, um serviço tão desgastante e, em certas ocasiões, tão perigoso quanto esses homens, em especial aqui no Rio, onde o risco para o policial está em qualquer esquina, já que o Rio está abarrotado de favelas e, na grande maioria delas, são empunhadas armas de guerra, armas essas que são alugadas para quadrilhas que praticam as mais diversas modalidades criminosas; a principal hoje é o roubo de carros, que em muitas das vezes se transforma em seqüestro relâmpago e a coisa só não está pior por causa dos nossos homens de azul que estão nas ruas, faça frio ou calor, chova ou faça sol, 24 horas por dia. Esses homens são espremidos como laranjas e quando não sai mais nenhum suco são descartados e deixados à própria sorte, perdem gratificações, enfrentam filas de espera imensas para fazer um exame e ai de quem não tiver uma inteligência mediana para correr atrás de seus direitos; pela experiência que eu tenho nesses quinze anos casada com um policial militar posso afirmar que a polícia não dá nada se você não correr atrás de seus direitos. Parece que a ordem é dificultar tudo ao máximo para os homens que estão na linha de frente e que ainda conseguem manter o estado do Rio de Janeiro com uma “certa” ordem.
Hoje estamos vendo movimentos por melhores condições de vida que estão sendo severamente criticados pelo governo e pelos comandantes de Instituições militares estaduais e até mesmo federais. Será que se o governador do Estado conseguiria sobreviver se lhe fossem tiradas todas as mordomias, se ele tivesse que procurar uma casa para alugar, escola para colocar seus filhos, plano de saúde e etc, com o salário de sargento PM? Será? Imaginem vocês seu comandante ganhando exatamente o que prega no contracheque dele, sem gratificações de comando, sem nenhum artifício do governo para que ele segure a tropa. Acredito eu que o bruto de um coronel não esteja muito diferente que R$8.000,00; será que com esse valor um coronel não estaria chamando a tropa para brigar contra o governo?
Hoje estava no HCPM com meu marido para fazer a manutenção do tratamento de câncer e sabem quem estava lá? O Coronel Pitta e sua esposa. Ela também está com câncer. Infelizmente, diferente do meu marido que se recupera a passos largos, ela não apresentava uma aparência muito boa, isso vem ilustrar que todos nós somos feitos da mesma matéria e para sublinhar o que digo sempre: doença não dá nas árvores, e no final só vão sobrar as lembranças e eu não tenho uma lembrança muito boa de quando o coronel Pitta era CG. No final todos nós pagamos nossas contas, de um jeito ou de outro e quem prejudica os seus por dinheiro pode ser comparado a quem se enforcou em uma figueira por remorsos.




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