sábado, 30 de maio de 2009

Totalmente indignada! Comemorar o quê?



Hoje tem mais uma comemoração pelos duzentos anos da PMERJ. No morro Dona Marta, a nova menina dos olhos do governador Sérgio Cabral, terá festa. É galera, festa para comemorar os duzentos anos da PMERJ. Agora eu vou fazer a pergunta que nenhum leigo que vai estar lá batendo palma pra maluco dançar fez: Quantos policiais estão perdendo sua segunda folga ou seu dinheirinho do dia no bico para promover segurança à população que estará lá presente? Quanto em dinheiro foi gasto para promover a comemoração enquanto os policiais precisam se matar em duplas e triplas jornadas para conseguir sustentar a família porque o governo não dá um salário justo e digno? Quantos médicos estão lá fazendo extra para atender a população da comunidade enquanto as famílias dos policiais militares estão há meses em uma fila do HCPM aguardando por uma consulta com o endocrinologista ou com o neurologista? O que o governo e a PMERJ estão comemorando? A morte de mais de quarenta PMS mortos só esse ano? Eu só vou ter o que comemorar quando o salário do meu marido puder dar uma vida digna a nossa família sem precisar contar comigo para tudo, no dia em que eu for ao HCPM e for atendida sem precisar enfrentar uma fila enorme para pegar um papelzinho que diz que “só Deus sabe quando” vou ter direito a minha consulta. Vou ter o que comemorar quando eu tiver a certeza que a segunda folga será respeitada e que poderei contar com ela para participar de “comemorações” com meu marido e filhos, vou ter o que comemorar quando eu tiver a certeza que muitos policiais não serão presos ou detidos por detalhes menores como a falta de cobertura ou um atraso ao serviço, terei o que comemorar quando tiver certeza que a alimentação do meu marido é de primeira e que, quando na rua, não vai correr o risco da quentinha. que será de primeira qualidade, não vai chegar tarde e estragada, ou melhor, que na hora do almoço ele poderá pegar seu ticket e almoçar em qualquer lugar, vou ter o que comemorar quando souber que meu marido e seus companheiros estão de serviço na rua e que tem um banheiro decente para realizarem suas necessidades fisiológicas, com dignidade e não com medo de serem pegos e presos por estarem usando uma garrafa pet para urinar. Depois que isso tudo for realidade, aí sim, eu e tantas outras esposas e familiares de PMS e os próprios PMS teremos motivos e até vontade de comemorar, de colocar nossa roupinha de domingo e ir até o BPM ou QG ou CFAP para bater palmas, não para maluco dançar, mas para um governo e uma PMERJ dignos e honrados que respeitam o ser humano que vive dentro da farda.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

VERGONHA E INDIGNAÇÃO! Tudo como d'antes no quartel de Abrantes!



Já dizia o ditado: “A esperança é a última que morre”, e na PMERJ parece que ela morre assassinada assim como muitos dos seus membros. Fiquei aqui em casa, olhando a TV e esperando que no apagar das luzes o senhor governador anunciasse o tão sonhado aumento. Confesso a vocês que cheguei mesmo a sonhar com a equiparação do soldo ao salário mínimo nacional, mas qual o quê!!! O digníssimo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Sérgio Cabral, após desfilar com faixa e receber medalha (medalha que eu acho deveria ser dada a cada um dos homens que está por aí morrendo nas ruas por um salário miserável), anunciou o aumento do efetivo da PMERJ, ou seja, até o fim de 2010 teremos mais 10.000 homens mal pagos nas ruas do Rio zelando por nossa segurança.

Depois de mais essa decepção fiquei pensando se temos que ficar sentadinhas aqui, atrás da tela do PC, esperando que o governo se penalize de nossa situação ou se devemos fazer como as mulheres de Alagoas, do Rio Grande do Sul ou de Santa Catarina, que foram às ruas lutar pelo que seus maridos não podem. Mulheres como nós, que vivem o dia-a-dia angustiante de ser casada, ser filha ou ser mãe de um POLICIAL MILITAR, com letras maiúsculas mesmo, letras garrafais, do tamanho da coragem e da honra de cada um desses homens que, mesmo ganhando mal, sem terem suas folgas respeitadas, correndo risco de vida mesmo quando no lazer, mesmo sendo chamados de vermes e ladrões, estão nas ruas todos os dias, lutando, combatendo, ajudando, orientando, protegendo e virando mais um sol no céu do Brasil. Acho, com sinceridade, que existem muitas como eu, mulheres que tem vontade, garra, força e coragem de ir atrás, de cobrar do governo o que ele nos deve, nos deve não só como família de policial, seja militar ou civil, mas também como contribuintes e eleitoras, pois mesmo que não fossemos parentes de policiais, pagamos nossos impostos e temos o direito de ter uma polícia bem remunerada, bem estruturada e qualificada. Como cidadã não me sinto bem sabendo que o policial que porta um fuzil nas ruas é o mesmo que passou a noite em claro no bico ou vice e versa, porque o salário que ele recebe não dá para pagar as contas. Também não posso crer que os senhores governantes põem suas cabeças em seus travesseiros e têm uma bela noite nos braços de Morfeu sabendo que são responsáveis pela insônia de tantos pais de família!

Estou realmente indignada, como cidadã, como mulher de policial e, principalmente, como mãe, uma mãe que tem a obrigação de chegar para os seus filhos e dizer que ao alcançarem a idade de 18 anos eles serão obrigados a votar e que, na maioria das vezes, seus votos serão recebidos por pessoas que pouco se importarão com a realidade vivida dentro dos seus lares!

Caras esposas, mães, filhas, amigas e namoradas de policiais, pensem bem, vejam se não é hora de nós começarmos a lutar pelos nossos direitos.

Eu, pelo menos eu, estou cansada, e o assassinato da minha esperança foi a gota d’água para transbordar o copo, mas, como dizem, uma só andorinha não faz verão!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Esperança!

Amanhã a Polícia Militar completa 200 anos e eu, que aprendi a amar essa casa como uma grande família, parei para fazer um balanço dos anos em que convivo com ela. Vejo hoje uma casa bem diferente da do passado, que era uma casa suntuosa, respeitada e temida, porém também sabia retribuir o respeito a ela dedicado. Lembro que o salário, apesar de não ser altíssimo, era bastante razoável, um soldado ganhava algo em torno de 5 salários mínimos, o HCPM era tido como um dos melhores hospitais e nele tínhamos tudo o que precisávamos, lembro das cestas de natal, duas caixas grandes que além de conterem itens natalinos tinham ainda itens da cesta básica, recebíamos duas garrafas de vinho e uma de sidra e como frios recebíamos um peru da Sadia, salaminho, mortadela, fiambre de peru e peito de chester. Era o tempo em que a arma do policial era o velho revólver 38 e umas metralhadoras INA, que ouvi várias vezes dizerem que significava: “Isso Não Atira”, era o tempo em que o policial pegava um ônibus fardado e desarmado sem correr riscos, pois o marginal sabia que qualquer atentado contra a vida de um policial teria resposta à altura. Lembro do meu marido voltando para casa fardado com as ditas cestas de natal dentro de um ônibus cheio, ele em pé e eu sentadinha, e ele reclamando que as cestas pesavam muito e que o papelão não prestava e que elas iriam rasgar e espalhar tudo pelo chão. Bons tempos... Reclamávamos do que tínhamos! Ah se pudéssemos prever o futuro... Com certeza não teríamos reclamado das cestas, hoje sinto falta delas, pois qualquer coisinha já serve para sobrar algum dinheiro para melhorar o presente dos garotos. Estive essa semana no HCPM acompanhando meu marido e tentei marcar endocrinologista para mim, me deram um papelzinho e disseram para aguardar em casa que quando fosse marcado me ligariam, achei o máximo, até que uma senhora me disse que ela estava esperando essa marcação há quatro meses, que saudades de quando chegávamos lá e éramos atendidas no mesmo dia... Bom, mas pelo menos para o hospital teve uma boa notícia, hoje, véspera do aniversário da corporação, saiu na coluna da Berenice Seara uma notinha comunicando que o empresário Eike Batista doou um mamógrafo para o hospital, bom presente, será que virão outros?

Amanhã é o grande dia!!! Duzentos anos!!! Será que existe alguma surpresa preparada para nossa grande família? Será que teremos as boas notícias que tanto aguardamos?
Como boa nora que sou vou dormir sonhando que a grande mãe de meu marido, a matriarca da nossa família, amanhecerá mais madura e mais benevolente, rígida e austera, porém com a mão aberta e com um discurso que irá nos maravilhar, o discurso da valorização dos seus filhos já tão judiados e punidos pela falta de atenção e de valorização!

domingo, 10 de maio de 2009

Deus, obrigada por me fazer mãe!

Sei que muitas hoje choram e não tem muito o que comemorar, mas sei também que junto com a dor caminha a certeza de que todos os momentos passados ao lado dos nossos "bebês" são os mais lindos e inesquecíveis, independente da idade deles, que tenham 1, 2, 10, 17 ou 40 anos, serão para sempre os nossos "bebês", estejam aqui ao nosso lado ou somente em nossas lembranças, nós os amaremos com a mesma intensidade.

Dedico essa mensagem a todas as mães, mas em especial carinho dedico à minha mãe e a duas amigas que tem me visitado com frequência: Suely Cardoso e Christina Antunes, um beijo carinhoso!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Polícia encara a dependência química em suas fileiras



Pesquisa da Fiocruz revela que quase a metade do efetivo da PM bebe todos os dias. Estudo mostra ainda uso preocupante de drogas
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POR MARIA MAZZEI, RIO DE JANEIRO
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Rio - Pela primeira vez a Polícia Militar está fazendo exames toxicológicos na seleção de candidatos a oficiais e praças da corporação. A exigência está amparada no índice preocupante de PMs alcoólatras ou usuários de drogas, como maconha, cocaína e tranquilizantes. O alerta foi lançado a partir de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com 1.300 policiais (civis e militares), que revelou que 48% dos oficiais, suboficiais e sargentos consomem bebidas alcoólicas diariamente. Cabos e soldados que assumem excessos com o copo são 44,3%. Já entre os policiais civis, o problema atinge 18,4%.
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O estudo é parte do livro ‘Missão Prevenir e Proteger’, sobre as condições de vida da tropa. O envolvimento dos PMs com álcool e drogas ilícitas torna-se mais preocupante considerando que boa parte de suas ações se dá em morros cujo objetivo principal é reprimir o tráfico e apreender drogas.“A bebida era o meu combustível. Bebia todo dia. Me ajudava a desestressar. Não bebia em serviço, mas muitos colegas bebem até no quartel”, conta o soldado D., 37 anos, há 10 na corporação. O trabalho com apreensões de drogas funcionou como tentação para experimentar outros tipos de entorpecentes, a partir de 2001. “Com a cocaína comecei pela curiosidade. Fiquei com um pouco que minha patamo tinha apreendido e provei”, relata ele, que, nos últimos 4 anos, envolveu-se ainda com outro vício: jogos em maquininhas.“Depois que me viciei em jogo, perdi tudo. Das máquinas, passei para o carteado. Apostei casa, carro e cheguei a empenhar a arma do trabalho”, contou. D. chegou a passar 37 dias internado no setor de recuperação para dependentes químicos (Renascer) do Hospital Central da PM, em 2007. No Renascer estão internados atualmente 66 policiais. Uma vez por semana centenas (o número não foi divulgado) de PMs de várias patentes participam de reuniões de recuperação. Um dos pacientes do Renascer era o ex-PM Marcelo Silva, ex-marido da atriz Susana Vieira, morto de overdose em dezembro. Marcelo, que segundo amigos conheceu a cocaína dentro de unidade da PM, abandonou o tratamento.
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“Na polícia o contato com esse tipo de situação é muito fácil e, se a pessoa não tiver cabeça, se perde. Não é fácil esquecer a cena do colega baleado ou de ter que matar para não levar um tiro”, explica o tenente F., 33 anos.
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A pesquisa feita pela Fiocruz mostra que o tranquilizante é a droga mais consumida entre policiais civis e militares. O uso se concentra — segundo apontaram as entrevistas com os 1.300 policiais — entre oficiais, suboficiais e sargentos (13,9%), contra 8,5% de cabos e soldados que confessaram fazer uso dessas substâncias. Os oficiais também consomem mais sedativos e barbitúricos, maconha, cocaína e substâncias para sentir ‘barato’, como lança-perfume, cola e gasolina.
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Objetivo é barrar usuários de drogas
O exame toxicológico adotado pela PM na seleção de candidatos a oficiais e praças da corporação tem o objetivo de barrar a entrada de usuários de drogas ilícitas na instituição. O teste detecta o uso de substâncias legais, como bebidas, e ilegais, como maconha e cocaína, em até 90 dias depois de a pessoa ter consumido a droga.
No total, são 14 substâncias identificadas de uma só vez. Até agora 200 candidatos a oficiais fizeram o exame e o resultado deve ficar pronto em duas semanas.
Segundo especialistas em Segurança Pública consultados por O DIA, o alcoolismo e a dependência química de policiais são consequência do estresse diário da profissão e da falta de acompanhamento psicológico. Para eles, o teste toxicológico deveria ser aplicado também em policiais da ativa.
“Se dirigir alcoolizado é um perigo, imagine portar uma arma estando drogado? Esse tipo de exame deveria ser feito também em policiais da ativa. Diariamente, PMs passam por estresse extremo, arriscando suas vidas. A bebida é uma forma de se tranquilizar. A extensão do problema é ainda maior quando pensamos no perigo para a população, já que um policial drogado não tem capacidade de decisão rápida e sensata”, alerta o sociólogo Cláudio Beato, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais
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(CRISP/UFMG).
CONTRA O VÍCIO
VERBA PARA A SAÚDE DA POLÍCIA
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) pretende criar até o fim deste ano o Programa Nacional de Atendimento à Saúde dos Servidores de Segurança Pública. Até setembro, R$ 30 milhões devem ser liberados pelo governo federal para a implantação do projeto. Parte desse dinheiro será disponibilizada para a Secretaria de Segurança do Rio. A ideia do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, é criar o Centro Integrado de Saúde Psíquica, que vai atender bombeiros e policiais civis e militares.
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RECUPERAÇÃO DE 40%
De acordo com a Secretaria de Segurança, hoje a PM consegue recuperar 40% dos policiais alcoólatras e dependentes de drogas ilícitas. A assessoria de imprensa da Polícia Militar respondeu via e-mail que a corporação não iria se pronunciar sobre o assunto.
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ACÚMULO DE TENSÕES
De acordo com o cientista político João Trajano, do Departamento de Ciências Sociais da Uerj, a corporação não oferece o tratamento psicológico necessário aos policiais. “Tudo em torno do trabalho policial gera estresse. Em um dia ele passa por determinado episódio e quase perde a vida. No plantão seguinte volta ao trabalho como se nada tivesse acontecido. Seria razoável que a PM pudesse minimizar os danos oferecendo um atendimento psicológico adequado, mas o que existe não atende à verdadeira necessidade deles (policiais). Atualmente o policial só recebe apoio quando procura ou quando algum colega tenta ajudá-lo. Contudo, o verdadeiro doente dificilmente admite que precisa se tratar”, afirmou. (Fonte: O Dia - on line)
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Acho ótimo que se faça exames também no pessoal da ativa, só fico pensando o que fariam com os resultados positivos de uso de álcool e drogas. Como afastar mais de 45% do efetivo de uma só vez para tratamento? Complicado. O correto, na minha opinião, seria o acompanhamento psicológico frequente com avaliações e afastamento sempre que necessário, sem que o policial precisasse carregar o estigma de SINA.

sábado, 2 de maio de 2009

DESABAFO DA ESPOSA DE UM POLICIAL





Demorei um pouco a vir comentar sobre esse assunto pois ainda estava digerindo a informação, aliás um tanto quanto indigesta para nós que vivemos na carne o dia-a-dia do PM no Estado do Rio de Janeiro.

Esta semana foi assassinado mais um cabo PM, um rapaz jovem, um jovem pai de um bebê de apenas 15 dias, o soldado que estava de serviço com ele naquela noite escapou. Sorte? Ou providência Divina? Prefiro crer na segunda hipótese, preciso crer cada dia mais em uma força maior que nos guia e protege e que só nos deixa ser atingidos pelos infortúnios quando é chegada a hora, prefiro crer na vida como um livro: Ao nascermos abrimos a primeira página e iniciamos a leitura, vamos dia-a-dia folheando as páginas (com a pequena desvantagem de não poder voltar atrás e ler páginas passadas com novas interpretações), até que um dia fechamos o livro, ao chegarmos ao final da história. Algumas histórias são longas, com princípio, meio e fim; outras são escritas por um amador que se esquece de por um final e escreve poucas páginas. Preciso crer nessas pequenas lendas do meu coração para não “pirar”.

Há algum tempo fiz uma postagem aqui fazendo um apelo para que alguém revisse a questão das viaturas baseadas, dessas APREVs da vida, que expõe nossos maridos e filhos ao tipo de covardia sofrida por mais esses dois bravos. Não consigo ver a lógica de se colocar homens plantados em áreas perigosas, sem nenhum abrigo, durante doze horas. Ninguém é completamente alerta durante um período tão longo à noite sem descanso, ainda mais quem tem que sair de um trabalho e enfrentar um “bico” e daí seguir para um extra não remunerado. Nenhum ser humano consegue manter-se completamente atento durante vinte e quatro horas, que é o período mínimo de trabalho da grande maioria dos homens da nossa PMERJ (contando com os bicos e extras).

Estamos no mês de maio e já temos nada menos que 40 policiais mortos, divididos em 1 inativo, 1 subtenente, 2 oficiais e, pasmem, 36 praças. Esses números que para nós vislumbram como um exagero, na visão do nosso governo parece ser completamente aceitável, já que continuam achando que segurança se faz com homens mal pagos, mal nutridos e mal atendidos na sua saúde. Falei, falo e nunca vou cansar de falar, quer segurança de ponta? De primeiro mundo? Valorize o homem, dê valor ao material humano. Entreguem nas mãos dos nossos policias a dignidade que se perdeu lá atrás, a honra e a vontade de defender a sociedade com a própria vida. Dêem a esses homens a garantia de que seu salário os fará honrar a passagem bíblica que diz: “Soldado, contentai-vos com vosso soldo”, mas isso só se faz com um soldo digno que faça com que esse homem saia de seu trabalho e vá para casa descansar com a certeza de que esse soldo cobrirá todas as despesas de sua casa, que ele não precisará abrir mão de seus momentos de lazer junto à família para arrumar mais alguns “caraminguás” para garantir o pão de cada dia, dêem aos nossos homens a garantia de que terão suas folgas respeitadas ou que, pelo menos, receberão pela perda delas.

É cansativo ter que estar por aí repetindo todos os dias para as pessoas que conheço das dificuldades que enfrentamos, estou me tornando chata, tem gente que, quando começo, vai saindo de fininho, mas não me importo, se eu e outras como eu, não pudermos servir de voz para nossos amores, sejam eles maridos, pais ou filhos, quem poderá? Quem levará até o paisano as verdades que ele não conhece? Quem vai explicar que, nem sempre, aquele carrão é produto de “roubo” e que às vezes (na maioria delas) o cara se arrebenta em uma segurança para pagar uma prestação só para dar um conforto maior à família e, muitas vezes perde a vida por causa disso, já que ele paga a prestação mas não tem seguro (é caro e a grana não dá), daí, no caso de um assalto, ele é obrigado reagir e aí...

Acho que já me alonguei demais, mas aqui no blog tem muita gente que não é do meio, para ler e entender um pouquinho o que passamos.

Sei que tem muitas coisas que precisam mudar para devolver a dignidade dos nossos Policiais como o fim das punições de privação de liberdade, para citar apenas uma, mas esse assunto fica para uma próxima vez, senão fica muito longo e cansativo para quem lê.

Tchau meus amigos e que Deus abençõe todos os policiais que estão na rua, a trabalho ou a lazer, e que Sua mão cubra suas cabeças para que nada lhes aconteça, nem hoje nem nunca!