domingo, 28 de setembro de 2008

INJUSTIÇA!!!


Quem de vocês se recorda dos dois policiais flagrados por um repórter cochilando dentro da viatura na Urca? Sei que poucos vão se recordar do fato, salvo os que leram nos jornais de ontem que os dois já estão sendo punidos e correm um sério risco de serem excluídos da Polícia Militar.
Para quem é mero espectador deve estar passando pela cabeça que tem que ser assim mesmo afinal, onde já se viu: policiais dormindo em serviço. Para mim, que assisto esses fatos um pouco mais de perto, que vejo pela ótica de pessoa diretamente ligada às conseqüências das atitudes tomadas pelo meu marido, estou completamente penalizada e, porque não dizer, transtornada com a situação dos dois. Quando a foto foi publicada (foto esta que deve estar enchendo de orgulho o peito do repórter do GLOBO que a publicou), lembrei da época em que meu marido vivia caindo pelos cantos da casa, ele chegava sentava no sofá e fazia um esforço enorme para nos dar um pouco de atenção, depois de dois ou três dias sem vê-lo, eu e os garotos (na época um com 9 e outro com 2 anos) disputávamos seu olhar e seus ouvidos e mesmo com toda a algazarra, creiam-me, ele apagava, e era um sono tão pesado que, mesmo quando eu acomodava suas pernas no sofá e lhe tirava os sapatos, ele não acordava.
Vejo agora esses dois policiais sob risco de exclusão e me ponho no lugar deles: Se eu fosse Policial Militar eu dormiria de propósito, mesmo sabendo que um minuto de sono poderia me custar a vida? Penso nos dias em que depois de dois plantões noturnos seguidos mais os afazeres da casa sento para assistir o jornal ou ajudar meus filhos nas tarefas escolares e percebo que cochilei e “perdi” alguma coisa. Seria bom se todos se pusessem no lugar deles para perceber que, muito provavelmente, depois de uma ou duas noites sem dormir emendando o bico na PMERJ, é humanamente impossível manter-se alerta em uma viatura “baseada” em um local calmo, o corpo não agüenta, mesmo que a mente queira o contrário. E antes que alguém venha com a lengalenga de que como policiais eles não poderiam estar fazendo “bico”, vá tentar viver dignamente com o salário do policial. Antes ainda de tudo mais e de ouvir a célebre frase: “Não está satisfeito vá embora”, digo a vocês que se todos os insatisfeitos com as condições de trabalho e salário fossem embora, com certeza, os hospitais estaduais seriam grandes navios fantasma. Então temos que pensar em defender aqueles que, mesmo exaustos, ganhando o pior salário do país e sendo odiados por mais da metade da sociedade, estão lá todos os dias para nos defender, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Agora ao senhor repórter:

Meus parabéns! O senhor pode ser o responsável por dois pais de família, não bandidos, mas pais de família, perderem seus empregos e ficarem sem perspectivas de conseguir alguma colocação pelo menos por algum tempo pois, como todos nós sabemos, quem leva o rótulo de ex-PM não consegue arrumar mais nada. Parabéns senhor repórter, que para alavancar ainda mais sua carreira pisou, sem dó nem piedade homens de bem que estavam em seu caminho!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Obrigada a todos que me fizeram feliz!




Há algum tempo venho percebendo mudanças no meu amor! Ele tem estado mais alegre, risonho, brincalhão e carinhoso. Os meninos perceberam que o pai parece até outra pessoa, mas eu sei que não é outro, é o meu amor que voltou! Hoje, quando ele chegou do serviço, eu perguntei o que anda acontecendo com ele, qual o motivo de tanta felicidade (afinal, como toda mulher, sou bicho desconfiado por natureza), e sua resposta me surpreendeu. Meu marido disse que ele simplesmente está feliz! Está trabalhando em um lugar ótimo, onde se sente útil e respeitado, um lugar onde ele sente que pode confiar nos que estão a sua volta. Fiquei muito surpresa com a resposta, já que depois de tantos problemas e de muito medo, é gente medo, ele me diz que podemos voltar a sorrir sem susto! Pôxa, a última vez que o vi assim foi quando ele estava no BPVE, lugar que ele chamava de "minha casa" e onde fez muitos amigos. Senti um alívio enorme, uma paz infinita, afinal o meu Rico voltou! Depois de tanto tempo escondido, mudo, assustado, ele está de volta, e com a corda toda! Graças a Deus, e a seu novo batalhão! Não vou dizer qual é para que os poucos, porém reais, inimigos não apareçam para estragar nossa felicidade. Minha casa é hoje um pedacinho do céu! Vivemos em beijos e abraços, os garotos respiram essa alegria e ela se reflete entre seus amigos. Tenho muito a agradecer àqueles que nos mostraram o ódio, a revolta, a maldade e a injustiça e muito mais aos que nos mostraram que não devemos, nunca, generalizar. Há quatro anos atrás, por motivo de um surto provocado por bebida (coisa que hoje meu marido não faz mais) pedi socorro no batalhão da área e o grupamento de "policiais" que acorreram a minha residência, ao invés de ajudar acabaram por nos criar um grande problema. Meu marido foi autuado e preso, gastamos o que tínhamos e o que não tínhamos com advogados e o resto é uma longa história. Os que nos conhecem sabem o que passamos nessa época. Fiquei com muito medo da polícia depois disso e não posso negar que passei a generalizar e achar que eram todos iguais. Implorei ao meu marido que largasse a polícia, o que ele antes chamava de "minha casa", passou a ser o meu inferno. Nesses anos venho vendo como cada batalhão é diferente, como um difere do outro. No BPVE era só alegria, depois vieram nuvens muito negras e agora o sol voltou a brilhar. Vi que não posso generalizar, os "policiais" são diferentes, as "casas" são diferentes, os "pais" são diferentes e agora só tenho a agradecer! Muito obrigada a todos vocês que hoje fazem meu amor sorrir e voltar a ser o Rico que conheci um dia. VALEU!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008



"Ao buscar seu bebê de um ano para passar o réveillon, ontem, a bancária Erica Almeida Marques, de 33 anos, foi morta com 11 tiros que teriam sido disparados por seu ex-marido, o major da Polícia Militar Breno Perroni Eleutério, em Niterói. Separada há um ano, ela já teria sido ameaçada de morte por Breno, com quem a criança vivia, segundo parentes da vítima.De acordo com a família de Erica, Breno já a teria agredido quando os dois ainda eram casados. Depois da separação, segundo os parentes, ele teria chegado a forçá-la a ceder a guarda do filho.- Ele fazia terror psicológico com a minha filha, dizendo que se ela o largasse ele mataria a família toda. E ele matou a minha caçulinha, com 11 tiros. É muito duro para um pai - disse José Luiz Marques, pai de Erica. O caso foi registrado na 78ª DP (Fonseca).
Érica foi morta na porta de sua casa, no Barreto -, a polícia encontrou o major Breno dentro do imóvel. Ele não resistiu à prisão. Lá, ainda foram localizadas 56 peças de munição de pistola calibre 380.O major prestou depoimento, ontem à tarde, na 78ª DP. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e não permitir a defesa da vítima. Ele foi levado para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica. [Nucleo da reportagem retirado do jornal EXTRA.]"
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Sei que muitos de nós esquecemos da notícia acima, sei também que para muitas pessoas é só mais um crime motivado por ciúmes praticado por um ex-marido possessivo e descontrolado, mas a realidade é outra, e muito outra. É o caso de um Oficial da PMERJ que assassinou a sangue frio a mãe de seu filho. É a história de um membro de uma respeitada corporação que friamente e de caso pensado disparou sua arma não uma, mas onze vezes contra alguém que não teve a menor chance de defesa, um homem que dentro de seu egoísmo e irracionalidade não pensou duas vezes antes de deixar seu próprio filho órfão na idade em que a criança mais precisa da presença, carinho, atenção e orientação daquela que o pôs no mundo.
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Desde o início da semana venho buscando um tempo para falar sobre o assunto, pois tomei conhecimento que hoje teria uma audiência na qual o Meritíssimo Juiz decidirá se o Major PM Breno Perroni Eleutério iria ou não a júri popular. Pela mesma fonte soube também que o referido major apelou para um laudo de insanidade para tentar justificar a monstruosidade que cometeu. A fonte é ninguém menos que a irmã da vítima, uma lutadora como muitas de nós, chamada Cláudia que vem tirando forças do seu íntimo para não deixar morrer a memória da irmã Érica, para não deixar que caia no esquecimento a barbárie cometida, para não permitir que o corporativismo permita que esse homem escape impune. Não tenho certeza se o Sr. Breno permanece nas fileiras da corporação mas, por tratar-se de um oficial superior, creio que ainda está no BEP sendo tratado como major que é. Tenho fé em Deus e sei que Ele iluminará a mente dos homens que comandam essa nobre corporação e que eles não permitirão que alguém com essa índole permaneça nas fileiras da mesma, manchando e escurecendo o já tão magoado nome da PMERJ.
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Ao senhor Governador pergunto: Se policiais que erram no cumprimento do dever são débeis mentais que devem ser expulsos sumariamente das fileiras da corporação, qual a qualificação que devemos dar a esse senhor? Ele deve continuar Major? Débil mental com certeza ele não é, apesar do seu laudo de insanidade. Com homens assim no comando, realmente, não é de se espantar que erros ocorram nas fileiras da corporação, mas o pior não são os erros, é a forma como os responsáveis escapam deles e deixam suas culpas caírem sobre os subordinados e as vítimas!
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Cláudia, tenha fé! Siga a sua luta! Do lado de cá estarei rezando pela condenação desse homem, tanto na justiça comum quanto na militar. Um covarde dessa natureza não merece envergar o uniforme da PMERJ, nem muito menos comandar homens como meu marido e tantos outros que honram a PMERJ e seus uniformes!