segunda-feira, 26 de abril de 2010

Robocop - Marcelo Nova



Para que meu amor nunca esqueça: "...Fiel, para o que der e vier...". Te Amo!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Inversão de valores

No último dia 15 o Rio de Janeiro amanheceu um tanto quanto mais sujo, a imundície quase alcançou o céu, afinal o monumento mor da beleza da nossa cidade acordou pichado. É gente, os vândalos de plantão picharam o Cristo Redentor! Nossa! Foi uma comoção nacional. O governador se manifestou, o prefeito chegou às lágrimas, muitas outras autoridades quase enfartaram tamanho o choque que tiveram ao receber a notícia de tamanha afronta. A mobilização à caça dos marginais perigosos que escalaram o monumento para manchar de tinta a moral e o orgulho carioca foi tão intensa que hoje, apenas seis dias depois, os perigosos meliantes já se encontram devidamente identificados e na iminência de serem presos a qualquer momento. Seus nomes? Pouco me importa! Não me interessa dar cartaz a dois titicas de pinto que vivem de espalhar nojeira pelos muros da nossa cidade e acho que foi notoriedade demais o que deram a esses dois merdinhas. A polícia mobilizada e a mídia divulgando o feito era tudo o que eles mais desejavam, mas fazer o que? Vivemos no estado da inversão de valores onde policiais são assassinados todos os dias e nem uma única vez vi o nosso governador manifestar-se frente às câmeras de TV demonstrando toda a sua indignação com o abuso dos marginais, esses sim extremamente perigosos e ousados. Não consigo aceitar que em um estado onde um policial ganha menos de R$1.000,00 para ser caçado por marginais e ao ser baleado seja jogado em um hospital onde, apesar da luta para ser mantido em funcionamento, morrem por falta de infra estrutura e de pessoal, o governador consiga se indignar publicamente com um mero dano ao patrimônio que com água e sabão some.
O meu nobre governador Sérgio Cabral, ontem, durante a formatura de mais 1.020 sofredores públicos estaduais militares afirmou ser favorável a um piso estadual para os PMs, mas ser favorável em ano eleitoral e no Maracanãzinho sendo assistido por mais de duas mil pessoas (estou contando com os formandos e seus familiares) é mole, se fosse mesmo a favor teria implementado esse bendito piso logo no início do governo mostrando aos policiais e seus familiares que era digno dos seus votos para a próxima eleição, mas agora? No limiar das mudanças o senhor me vem com esse papinho de cerca Lourenço? O que o senhor pensa que somos? Burros ou crédulos? Não me leve à mal senhor Sérgio Cabral, mas tenho gravados em minha memória seus compromissos de campanha, compromissos assumidos perante os policiais de que lhes daria dignidade e justiça social, no entanto não foi isso que vimos durante esses longos quatro anos do seu governo. O que vimos foram salários cada vez mais defasados e a mentira deslavada de que o estado não tinha verba para dar aumento, o que vimos foi um hospital cada vez mais sucateado e a verba do fundo de saúde continuando a ser desviada para outras coisas, o que vimos foi o senhor indo a público gritar a plenos pulmões que nossos policiais eram débeis mentais e nossos médicos vagabundos, o que vimos foi o senhor passeando em Paris sempre que possível e agora, mais recentemente, o que vimos foi o senhor completamente indignado com o dano ao patrimônio como jamais esteve em relação às mortes brutais de nossos policiais. Seria muito bom se de toda essa indignação e revolta apresentada pelo senhor em relação ao patrimônio do estado sobrasse, pelo menos, 1/3 para manifestações contra as barbáries cometidas contra nossos bravos. Se 1/3 dessa gana de caçar os marginais do Collor Jet se revertesse em vontade política de melhorar a vida da PMERJ, com certeza eu hoje não estaria aqui escrevendo essas linhas e, talvez, pensasse em votar no senhor em outubro. Mas nem 1/3 do seu empenho esteve voltado para a família policial militar nesses quatro anos e ainda por cima o senhor se apresenta como o líder universal da inversão de valores ao dar muito mais importância a um monumento (não que ele não seja importante) do que aos seres humanos que defendem sua vida e a vida dos cidadãos cariocas, muitas das vezes deixando suas esposas viúvas e seus filhos órfãos para que nós possamos dormir. Realmente dessa vez o senhor se superou. Vou sugerir aos policiais do Rio de Janeiro que deixem de ir aos batalhões e passem a se apresentar nas praças do estado como estátuas humanas, quem sabe assim o senhor os confunde com monumentos e eles são promovidos de débeis mentais a esculturas de pedra sabão e, assim, passam a ter alguma importância.