sábado, 31 de maio de 2008

Ontem, sorrisos. Hoje, revolta!



Pois é, como dizia minha avó: "Alegria de pobre dura pouco" ou então "Pão de pobre sempre cai com a manteiga virada para baixo". Eu já devia saber que o digníssimo Sr. Deputado estadual Álvaro Lins não ficaria preso, e não será nenhuma surpresa quando seus nobres colegas votarem contra sua cassação, afinal, hoje o Sr. Álvaro precisou deles, amanhã algum deles pode precisar do sr. Álvaro. O pior de tudo é que esse senhor já vem sendo investigado por corrupção desde os tempos de PMERJ, e ainda o deixaram chegar à câmara. Só tenho uma perguntinha: Que país é esse?!

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Vejam no blog Praças da PMERJ as lindas carinhas dos que deram a liberdade ao nobre colega!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aqui se faz, aqui se paga. Cabral, abre o olho...

"Durante entrevista coletiva na tarde de hoje na sede da Procuradoria Regional da República, os procuradores os procuradores Maurício da Rocha Ribeiro, Cristina Schwansee e Paulo Fernando Corrêa, autores da denúncia, afirmaram que há provas claras sobre a importância do ex-governador Anthony Garotinho na manutenção política do grupo.
De acordo com os procuradores, Garotinho sabia do esquema e permitiu que ele fosse adiante, nomeando os envolvidos para funções estratégicas na sua administração. Ainda segundo os procuradores não há provas que Garotinho tenha se beneficiado financeiramente das propinas e, por esta razão, não pediram a prisão do peemedebista.
- Não há provas até o momento de que o ex-governador estivesse diretamente ligado às ações criminosas cometidas por Álvaro Lins, Hallak e pela quadrilha, mas existe sim uma denúncia bem detalhada, que não pode ser divulgada por estar sob sigilo da importância do ex-governador para a manutenção da quadrilha. Ficou comprovado que ele atuava como líder político do grupo, dando respaldo aos integrantes principalmente durante o governo Rosinha, quando chegou a ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública - afirmou o procurador Paulo Fernando Corrêa.
Embora o esquema tenha sido mais atuante no governo Rosinha Garotinho, segundo os procuradores não ficou provado que ela soubesse das atividades criminosas de seus assessores diretos.
- Nas investigações feitas e na análise das provas coletadas não houve encontramos qualquer prova que justificasse uma denúncia contra a governadora em crime tão grave - afirmou o procurador Maurício da Rocha Ribeiro.
A denúncia do MPF foi encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 2 Região e caberá aos 27 desembargadores do Pleno decidir sobre a abertura de ação penal contra os acusados. A relatora do processo, desembargadora federal Márcia Helena Nunes decretou a prisão cautelar dos acusados e o seqüestro dos bens do deputado Álvaro Lins. Antes que o pleno do TRF se reúna para decidir sobre a ação penal, os denunciados têm 15 dias para apresentar defesa prévia à Justiça.
Os procuradores explicaram que, por ter foro privilegiado, não foi possível pedir a prisão preventiva de Álvaro Lins. Mas afirmaram que sua prisão foi legal e não constituiu abuso, uma vez que ele foi preso por seu crime - lavagem de dinheiro - ser de flagrante permanente. Segundo eles, durante as investigações da Operação Gladiador, a PF apreendeu na casa do inspetor Mário Franklin Leite Mustrange de Carvalho, conhecido como Marinho, uma planilha com gastos pessoais de Álvaro Lins, que mostravam uma movimentação de R$ 25 mil por mês.
- Como chefe de Polícia, ele recebia R$ 7 mil. Mas na época em questão, ele estava em campanha política, e seus vencimentos eram de R$ 4 mil, como delegado de polícia. Ele não tinha como manter estes gastos e também ocultou patrimônio usando laranjas. No momento da prisão, inclusive, ele estava em um dos imóveis em nome de laranjas - explicou Maurício Ribeiro da Rocha."
EXTRA.

Como não podia deixar de ser, a "quadrilha" está sendo desbaratada! Nós cariocas merecíamos uma resposta, uma satisfação. Não dava mais pra conviver com tanta sujeira sendo empurrada pra debaixo do tapete, tanta imundície sendo espalhada nas nossas portas sem que alguém viesse recolher. Espero que o trabalho de excelência da Polícia Federal siga até o fim sem a interferência dos manda-chuvas do poder que, com certeza, virão para tentar, mais uma vez, esconder as falcatruas com as quais convivemos durante longos 8 anos.

Foi com surpresa e alegria que acordei hoje com a notícia de que mais um grupo de grandes tubarões havia caído nas redes da PF, e que o MPF estava trabalhando a pleno vapor para que cada um dos envolvidos comece a responder por seus atos. Diazinho feliz, estou rindo até agora!

Parabéns a PF e ao MP pelo trabalho! Sigam em frente, tem mais peixe grande pra cair nessa rede!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Policial cidadão?...Não creio!


Estou lendo a obra "Cavalos Corredores" do Sr. Emir Larangeira e o texto abaixo me chamou particular atenção. Seu conteúdo retrata com fidelidade e imparcialidade o contesto da PMERJ hoje. Lendo o trecho, que posto fielmente copiado do livro em questão, percebi o reflexo do sentimento do Policial Militar, a sensação de não ser humano, ou pior, de ser inumano, que não merece respeito nem consideração de seus superiores, que tem que ser tratado como coisa ou objeto pertencente ao erário público para que funcione. Gostaria que meus amigos lessem com atenção e se colocassem na posição do homem retratado aqui com tanta fidelidade.

"...Sim, é verdade, não aceito de modo algum ver um miliciano nas ruas respondendo pela proteção de cidadãos, -arriscando a vida e perdendo-a muitas vezes,- e ao mesmo tempo sendo recolhido, - em torpe humilhação, - à batida da porta de ferro do cárcere em sua cara apenas por chegar atrasado. Isto não se lhes afigura, caros leitores e leitoras, uma cruel contradição?... É certo, porém, que alguns apologistas da indefectível "classe especial de servidores públicos" (os milicianos são assim considerados) levantarão suas irascíveis vozes para contestar o que ora afirmo. Mas "especial" em quê? Nos salários? No respeito ao horário de trabalho? Nas horas extras que não ganham? Na insegurança do exercício duma profissão perigosíssima, sem estabilidade e carente dos aprestos indispensáveis à proteção de suas carcaças? Ora a estabilidade que dizem existir é pura falácia e todos na PMERJ sabem disso, principalmente os milhares de ex-milicianos que tiveram esse direito abalroado pelo inflexível militares e foram excluído da corporação se3m direito a nada, indo suas famílias à penúria da noite para o dia.
A questão que fica no ar é se tanto rigor é compatível com o exercício livre e pleno do mister policial, este que antes deveria ser fiscalizado pelo Ministério Público e pela justiça, e não como atualmente funciona, ou seja, uma atividade de natureza intrinsecamente civil agrilhoada a um tacanho militarismo que, na verdade, não guarda nenhuma relação com o exercício cotidiano da função policial. Pois uma coisa é adotar o modelo militar de ação em determinadas situações para atingir objetivos específicos; outra é se submeter a um militarismo, que, enfim, têm maior peso na cabeça do miliciano do que qualquer freio jurídico-penal - o PM teme os regulamentos disciplinares e seus superiores hierárquicos bem mais que as leis penais e seus gestores: delegados de polícia, promotores de justiça, magistrados etc.
Que me desculpem os glorificadores desse "militarismo denorex", mas os milicianos nem cidadãos são! Não têm acesso aos direitos sociais constitucionalmente destinados a todos os trabalhadores urbanos e rurais, relevantes características da cidadania brasileira entre outras mais comezinhas que lhes são peremptoriamente negadas. Reitero, pois, em proposital teimosia: os milicianos nem cidadãos são, como apontam os mais sublimes termos da Carta Magna! E se lhes exigem, todavia, que respeitem o que nunca lograram ser... Difícil, hein?
Afinal, que mão-de-obra especializada é essa atribuída aos policiais-militares?... Não seria mais coerente concebê=los como raça socialmente inferior? Ou será que não é assim que são tratados?... Seria isto regra geral ou não? Não?... Então, por que a PMERJ sempre demonstra "eficiência" anunciando que tais milicianos que cometeram essa ou aquela falta serão severamente punidos e até expulsos da corporação? Tudo muito fácil: é só descartá-los e pronto, assunto resolvido!... Mas, há quanto tempo o discurso é o mesmo?... Melhorou alguma coisa?... Ou esta clamorosa cascata só tem servido para engrupir o povo?... Sim, porque a corporação, se possui hoje um efetivo de quase 40.000 homens, o Registro Geral (RG) que controla a quantidade de ingresso já alcança a a casa dos 80.000. Ou seja, se se somar os milicianos ativos com inativos verificar-se-á que o contingente de ex-PMs quase que equivale ao de PMs... E onde estão esses ex-PMs? Que fazem eles?... Coisas boas ou ruins?... Quê?... A PMERJ não tem nada com isso?... Não é problema dela?... É de quem então?... Ah, isto me faz lembrar um provérbio alemão: "As árvores impedem de ver a floresta."..."

Creio que ao final da leitura serão dispensados os comentários, salvo dos amantes do militarismo ditatório e capenga que ainda se mantém vivo nas entranhas de oficiais que usam antolhos. Sei que muitos querem mudar, mas como? Se tantos ainda acham que prender, desrespeitar, ofender e minar as esperanças ainda é caminho para liderar? O que precisa mudar é a crença que homens sem direitos são mais fáceis de serem direcionados, isso acabou em 1888 com a assinatura da Lei Áurea.