segunda-feira, 14 de junho de 2010

Golaço na Providência!

Excelente a idéia do Capitão Glauco Schorcht de levar a Terapia Assistida por Cães (TAC) para a UPP da Providência, comandada por ele. Aproveitando a copa do mundo vou dizer que é um tremendo gol de placa. A pacificação é isso, ou teria que ser. É preciso levar ao povo uma nova imagem da polícia, uma imagem que mostre a polícia como homens e mulheres que estão ali para ajudar e orientar a população e não apenas para reprimir. O que vem acontecendo é que as ocupações vêm sendo feitas apenas com a polícia, mas o que aquele povo, acostumado com a ditadura do tráfico, mais precisa é da presença do poder público em forma de saúde e educação, já que a segurança já se faz presente. A terapia com cães, assim como a equoterapia, é uma excelente forma de trazer o deficiente para o convívio com os seus, as zooterapias têm surtido efeitos maravilhosos, principalmente no que diz respeito à interação do deficiente com o meio e à sua coordenação motora, essenciais a um bom desenvolvimento para que no futuro aquele deficiente possa vir a ser um membro produtivo da nossa sociedade e não mais um peso “morto e inútil” como tantos os tratam. O que tenho mais uma vez que ressaltar é que para que tanto empenho dê realmente certo é preciso humanizar o tratamento para com a ferramenta principal desse contato animal/deficiente que é, nada mais nada menos, o homem de farda, porque não vai adiantar nada levar cachorrinho, cavalinho e outros inhos para as comunidades e continuar tratando o policial (que está no dia a dia em contato direto com a população) como o verdadeiro cachorro vira-lata sarnento da questão. O tratamento humanizado deve existir nas unidades policiais para que se reflita no tratamento à população e de nada adianta um capitão fazer um golaço desses enquanto uns e outros continuam tratando seus comandados como bichos, ou pior, como coisas (falo coisa porque o meu cachorro é muito mais bem tratado do que muito PM).
Bem, vamos esperar que essa iniciativa se espalhe e que o governo amplie atuações desse tipo, mas vamos esperar também que iniciativas como essa cheguem até os filhos “especiais” dos policiais e que terapias alternativas e exames mais do que necessários estejam ao alcance da família policial militar, para que o policial possa sair de casa mais tranquilo, sabendo que sua família está bem assistida e vamos esperar também que o tratamento dentro dos quartéis se modifique, um bom exemplo a ser seguido é o da Coronel Kátia Boaventura, do 10º BPM, sobre quem tenho lido maravilhas. É uma comandante descrita como humana, leal, dedicada, respeitosa e respeitada, alguém que, segundo li por aí, mesmo mantendo um laço bem próximo com seus comandados não perdeu a rédea da tropa nem o respeito dos seus. Vamos esperar e ver os frutos que serão colhidos, por enquanto, só posso dizer que a idéia do capitão da UPP da Providência é realmente um verdadeiro gol de craque.

2 comentários:

Mulher na Polícia disse...

Coronel Kátia Boaventrura... há!!!
Tinha que ser mulher, mesmo, pra dar uma aula de comando no resto da PMERJ...

Muito bom saber!

Beijos, mulher!

Anônimo disse...

Minha amiga, o seu comentário foi realmente brilhante! Eu acredito que tenho, teoricamente falando, uma posição para um grande ajuste na situação da polícia militar (digo), para não ser egoísta, para a situação da segurança pública. Às vezes eu tenho a impressão de ser uma utopia, mas quando desperto, sinto que não é uma utopia, mas exigiria muita paciência, além, é claro, de uma boa disponibilidade fenanceira. É gratificante abrir esse espaço e me deparar com comentários como o seu. Que o Deus Altíssimo te abençoe.