
Tentei agendar uma consulta pelo telefone para que meu marido fosse atendido pelo clínico geral e, qual não foi minha surpresa após duas longas horas de tentativas ininterruptas de discagem, onde o telefone chamava mas ninguém atendia (fato explicável se for um número único que ao ser distribuído pelos ramais a sua ligação cai em um ponto sem aparelho), fui atendida por um soldado muito educado e solícito que me explicou que hoje eu não conseguiria mais marcar a consulta para daqui a 14 dias pois, por dia, só se marcam 18 consultas prévias e grande parte das vagas já haviam sido preenchidas pelas pessoas que estavam na fila da marcação desde a madrugada e eu, as 10 horas da manhã, não tinha conseguido ligar a tempo, ligar não, ser atendida, pois ligar eu estava ligando desde as 8:05 hs da manhã!
Bom, então agora deixe-me ver se entendi: As consultas são agendadas pelo telefone para daqui a 14 dias, mas se eu for para a fila de madrugada também posso agendar minha consulta para daqui a 14 dias, então parece que a emenda ficou pior que o soneto, pois, antigamente a gente tinha mesmo que ir para a fila de madrugada, às vezes até dormir na fila (dependendo da especialidade) para conseguir atendimento, mas, pelo menos, a consulta era para o mesmo dia, agora, pelo visto, temos que chegar de madrugada, enfrentar fila para MARCAR uma consulta para 14 dias. Alguém me responda, por favor, para quê o telefone? Só para aumentar o nível de estresse e dar dinheiro pra as operadoras de telefonia? Qual foi o objetivo da mudança? Melhorar o atendimento não deve ser, só posso crer que, além de mandarem nossos maridos e filhos para a morte certa dentro de caixões de metal em MOVEs e APREVs e garantir a diversão da bandidagem no tiro ao pato também nos PPCs e DPOs, estão querendo nos fazer infartar e sofrer derrames causados pelo estresse e pela demora em ser atendido. É muita crueldade de quem tem a obrigação de zelar pelas nossas vidas e pelo nosso bem-estar deixar que fiquemos assim, jogados às traças, além do sofrimento diário de não sabermos se continuaremos casadas ou se passaremos a ostentar o título de viúvas da PMERJ, de termos que ensinar nossos filhos a esconder a profissão do pai na escola por medo de represálias (já que muitos estudam em escolas públicas próximas a comunidades comandadas pelo tráfico), ainda temos que sofrer a humilhação de implorar por atendimento médico digno, atendimento esse que vem descontado todo mês no salário do policial militar, mesmo que inconstitucionalmente e que está descrito no estatuto com um direito do policial, como já citei em uma outra postagem. Pagamos duas vezes, duas vezes sim, pois os impostos e a previdência deveriam ser suficientes para que o serviço médico fosse bom, mas além deles ainda descontamos o fundo de saúde que aparentemente, está servindo para encher o bolso de alguém ou para fazer outras coisa que , infelizmente, entre elas não está cuidar do atendimento no HCPM. Eu e meus filhos não precisamos passar por essa via crucis, pois eu tenho plano pela prefeitura que dá a eles o direito de um atendimento digno, mas meu marido depende do HCPM, já que qualquer problema que ele tenha só será aceito pela PMERJ se a justificativa vier de um médico da PM e é aí que mora a injustiça, como meu marido, que depende deles, todos os outros PPMM e grande parte de suas famílias também dependem do atendimento desse hospital e a pior parte é que nem reclamar se pode, pois ninguém liga para o PM ou para seus familiares. Infelizmente não temos direitos nem a saúde e nem a educação. Seria muito bom se alguém olhasse para o HCPM e tentasse descobrir onde vai a verba do fundo de saúde e seria muito bom também se, alguém com conhecimento de administração hospitalar, orientasse a direção do hospital na forma de organizar melhor esses agendamentos e marcações, pois custo a crer que seja uma atitude maldosa ou deliberada deixar-nos mofando desde a madrugada em filas ou pendurados ao telefone para não marcar ou só conseguir ser atendidos 14 dias depois.
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Ao senhor Governador peço encarecidamente (já estou até aprendendo a implorar) que passe a olhar um pouquinho pela família policial militar, estamos morrendo à míngua, de fome pelos salários, de tiro pelos atentados e, agora, de doença pela demora no atendimento!
SOCORRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!