segunda-feira, 24 de maio de 2010

Diário de Bordo II com uma pitada de indignação!


Bom dia! Sei que tenho andado meio relapsa em relação a tantos acontecimentos na nossa família policial militar, mas é que a vida anda meio atribulada. Meu grandão vai fazer o último ciclo da quimio no dia 02/06 e nesse período temos feito vários exames, o que nos deixa pouco tempo para ficar na net. Bem que eu tento, mas ta complicado. Bom, vamos lá. Pra começar notícias do Senhor Grandão: Como já disse estamos chegando à reta final, ele parece bem melhor, está mais forte e bem mais disposto, apesar de ainda sentir algumas dores e desconfortos. A Tomo de crânio e cervical está normal assim como o Doppler de membros inferiores, dia 31 estaremos indo ao otorrino para avaliação de uma obstrução que apareceu, mas não deve ser nada de mais. Essa semana ele me arrumou um princípio de flebite no braço onde foram ministrados os quimioterápicos, mas a Dra. Solange (excelente médica, diga-se de passagem) já iniciou o antibiótico e fomos ao HCPM onde foi feita uma infiltração subcutânea de dexametasona, o que fez com que o processo regredisse bem rapidamente. Após a última quimio partiremos para os exames específicos, aqueles que nos mostrarão os efeitos reais do tratamento e o quanto o tumor regrediu. Vamos orar para que tenha sumido! No mais, é só ansiedade (to comendo feito uma loba, rsrsrsrsrsrs).

Agora vamos partir um pouquinho para os nossos problemas comuns. Tenho acompanhado as notícias e, sempre que posso, entro na net para dar uma olhadinha nos blogs e me chamou muito a atenção duas coisas que vi em um dos blogs que acompanho. Uma delas foi uma gravação feita pelo Coronel Paul mostrando o vestiário da UPP do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. Fiquei completamente apavorada e enojada com o que vi. É claro que limpeza também depende de quem usa, mas usar uma lixeirinha de escritório em um ambiente de alta circulação de pessoas, não tem esforço que consiga manter o lixo lá dentro. E o vazamento? PODRE!!! APAVORANTE!!! O pior é que o policial não recebe insalubridade para freqüentar um lugar daqueles. Aquele lugar me lembrou uma fazenda de suinocultura que visitei uma vez, se transferissem os policiais para a fazenda eles estariam muito mais bem alojados, afinal os chiqueiros eram extremamente limpos, inclusive cada baia era de piso para manter uma melhor higienização. Já falei mais de uma vez e não me furto em repetir que um trabalhador que não é tratado com o mínimo de dignidade e que não tem seus direitos de ser humano respeitados, não saberá respeitar, nem honrará os direitos alheios. É hora de mudar esse pensamento de que o policial que trabalha na rua só precisa do alojamento para se trocar, então não precisa de nada. Precisa sim, precisa de um mínimo de limpeza e organização, ali não dá nem para trocar de roupa sem sujar a barra das calças.

Outra coisa que vi no blog foi o desconto para o fundo de saúde (1% por cada dependente). O que não consegui entender é: Se reza o Estatuto do Policial Militar no seu Título III dos direitos e prerrogativas dos policiais militares na Seção I Art. 48, parágrafo IV, no item 5 que:
- É direito do policial militar: a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o conjunto de atividades relacionadas com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários.
Então, fica subentendido que é direito do PM e, portanto, obrigação do estado e da corporação garantir tal direito sem que isso gere ônus para o policial, se eu estiver errada, por favor, me corrijam. Bem, mais uma vez, o que eu não entendo é que com o parco salário que o policial recebe lançam mão de mais um desconto, que já foi considerado inconstitucional, inclusive com vários PMs retirando-o do contra cheque, para cumprir com obrigações que deveriam ser arcadas pelo estado, afinal saúde é “um direito do policial militar e uma obrigação do estado”, daí que a construção das policlínicas e mini hospitais deveriam ser feitas com verbas do estado e nunca com o salário do policial. Caracas! Para o mundo que eu quero descer! Já não entendo mais nada! Será que só o que vale é o RDPM, em toda sua plenitude? O Estatuto, na parte dos direitos está esquecido? Onde estão as associações de praças para reivindicar os direitos dos mesmos? Gente, vamos lá! Eu entendo que o dinheiro da PM é pouco, mas onerar quem já ganha tão mal com a desculpa de dar um atendimento de saúde melhor não cola. O Rio de Janeiro é um estado rico, o segundo em arrecadação no país e está mantendo uma segurança de terceiro mundo usando a desculpa de falta de verba? Eu, realmente, não entendo. Precisamos de hospital, precisamos de atendimento, precisamos de profissionais que tratem os clientes como tal e não como inferiores hierárquicos, precisamos de mais gente na enfermagem, mas de gente que goste do que faz e não de 400 auxiliares de saúde que não sabem nem o que estão fazendo ali, precisamos de humanização no atendimento hospitalar, precisamos de material e, acima de tudo, os nossos policias precisam de respeito e direitos humanos, pois sem isso, jamais teremos uma polícia, realmente cidadã!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Direito a esclarecimento

Queixa de um leitor:

Covardia na Policlínica da Polícia Militar de São João de Meriti...
Silvia, Já não podemos mais reclamar nossos Direitos... Um Cabo foi preso na PPM/SJM, porque ao chegar à Policlínica foi informado no SAME que o médico não compareceu, e que a consulta iria ser remarcada, como necessitava de atendimento médico, pois não estava bem de saúde, se dirigiu a Major Gloria responsável pelo SAME da Policlínica, a fim de tentar que outro médico o atendesse. E em tom alto e agressivo foi destratado pela major, que ao invés de ajudá-lo lhe deu VOZ DE PRISÃO. E a ai vem a pergunta: será que se fosse um Oficial seria tratado de tal forma? Será que não o teriam avisado com antecedência do cancelamento da consulta, visto que as consultas agora são agendadas, pois durante o seu agendamento é anotado TEL, nome, RG e Unidade do militar?
O companheiro foi autuado na DPJM por DESACATO. Até que ponto podemos reclamar nossos Direitos, sem sofrermos tamanha represália? Haja vista, o Desacato alegado pelo Major Gloria é arbitrário e ilegal, pois pelo que consta no auge da inércia da administração da Policlínica, o Militar sendo tolido nos seus Direitos, e sendo destratado pelo Major Gloria, e vendo que não conseguiria o seu atendimento médico previsto em Lei, apenas se retirou da sua presença, o que não caracteriza Desacato. Todos que viram a cena ficaram comovidos, com tamanho absurdo, pois o Militar caiu desesperadamente em prantos


Direito de resposta

Cara Sra Silvia
Sou Diretor da PPM/SJM e gostaria de fazer alguns esclarecimentos acerca do comentário do Anônimo de 27 de abril.
Prezado Companheiro
Repudio a sua afirmação de que houve "covardia" em nossa Unidade, pois o seu relato está eivado de inverdades. Senão vejamos:
1 - O Cb estava agendado para atendimento, mas chegara atrasado e a sua vaga já havia sido considerada desistência, portanto fora destinada à outro paciente, que se não me engano era praça ou dependente de praça. Ou seja, O MÉDICO NÂO FALTARA, o cliente chegou atrasado.
2 - A Maj Gloria explicou que pelo adiantado da hora o atendimento naquele turno não seria possível, mas se ele aguardasse poderia ser atendido no turno da tarde.
3 - Na unidade em que dirijo, não existe discriminação entre praças e oficiais. Todos são tratados com carinho e a atenção que merecem.
4 - O Cb NÃO foi preso por DESACATO, nem autuado na DPJM por crime. O que ele fez segundo o seu relato: "retirar-se sem autorização da presença de superior hierárquico" caracteriza transgressão disciplinar e como tal foi tratada.
5 - A administração da PPM/SJM não é inerte como é afirmado. Estamos em constante mutação, buscando aperfeiçoar nossos serviços. Não sei quem lhe disse que "o Cb caiu em pranto desesperado", pois isso não aconteceu. Ele foi tratado o tempo todo com respeito e consideração. Coisa que ele não teve conosco, que estamos trabalhando para TODOS os nossos usuários.
EM RESUMO: NÃO EXISTE COVARDIA EM SJM, TRATAMOS BEM A TODOS QUE SOFREM E NOS PROCURAM. SEJAM ELES PRAÇAS, OFICIAIS OU DEPENDENTES. APENAS QUEREMOS SER TRATADOS DA MESMA MANEIRA.
Lamento profundamente o ocorrido, e convido a Sra. Silvia a nos visitar, e se o prezado anônimo for militar ou usuário do FUSPOM, também é bem-vindo. Quanto ao Cb em tela, ele pode e deve retornar à PPM para continuar o seu tratamento. Apesar do seu comportamento descortês nessa ocasião, ele também é dono da Policlínica. Tenho certeza que apesar desse rompante de indisciplina, ele é boa pessoa e como tal merece ser tratado.
A PPM/SJM É DE TODOS NÓS
Atenciosamente,
Ten Cel Med Rodnei - Diretor da PPM/SJM


Caro senhor diretor da PPM/SJM, agradeço seu interesse em vir expor a sua versão dos fatos e gostaria d deixar bem claro que o meu blog é um espaço democrático, inclusive não tendo moderação de comentários. Não tenho por hábito manifestar as minhas opiniões pessoais sem que tenha sido testemunha ocular ou sem antes verificar a veracidade dos fatos, o que vinha fazendo a esse respeito. A única conclusão que pude tirar de tudo isso é que se a major realmente desrespeitou o paciente ela deveria responder por isso, pois quando vamos a um hospital não esperamos encontrar superiores hierárquicos, mas médicos e enfermeiros, com os quais possamos contar. Entendo todas as dificuldades pelas quais vem passando as unidades de saúde da PMERJ, a começar pelo HCPM, e sei também os transtornos que um atraso pode causar, mas mesmos os atrasos, às vezes, têm justificativas. Quanto ao comportamento do praça em questão, vejo o problema pelo ângulo de profissional de saúde e não como militar e, por isso, considero em primeiro lugar o estresse e os transtornos psicológicos aos quais esses paciente está exposto só pelo simples fato de estar enfermo, imagine isso somado ao estresse profissional? Mais uma vez agradeço sua visita e o convite para conhecer a unidade de SJM, com certeza irei lá um dia e só darei a minha opinião a respeito do ocorrido quando tiver mais detalhes para poder avaliar a questão.