quinta-feira, 30 de julho de 2009

AUSÊNCIA

Caros amigos,

Estarei ausente por uns quinze a vinte dias para resolver alguns problemas pessoais. Deixo bem claro que estarei ausente da Net, porém nunca da PMERJ e dos problemas que nela existem. Até breve!

terça-feira, 14 de julho de 2009

A PMERJ que nós queremos


Hoje acordei um pouquinho mais tarde, afinal os garotos estão de férias e com esse friozinho dá mesmo vontade de ficar na cama. Ao acordar fiz como todos os dias: corri pra sala e liguei a TV, (como todo bom brasileiro tenho o meu vício, ouvir o som da TV até na hora de dormir) e dei de cara com o William Travassos, da Record, dando uma notícia em primeira mão: Uma viatura da PM foi atacada agora, por volta das oito horas na Penha, ela estava baseada na rua José Maurício e os bandidos atiraram de um carro, com o qual bateram e, logo em seguida, roubaram outro para fugir. O desfecho do caso eu ainda não sei, só o que sei é que a resposta foi tão rápida quanto a ação: A polícia já está cercando a área para capturar os autores do ataque, e isso em pouco tempo, afinal agora são apenas 8:30. Não sei se estou vendo coisas ou tentando colorir o novo comando, mas tenho a nítida impressão que algo está mudando. Está me parecendo que ataques a policiais não serão mais tolerados e, em conseqüência, espero um recuo dos marginais.
Nossos policiais precisavam disso, realmente é algum incentivo saber que ao serem atacados terão apoio e embasamento pra reagir e prender os agressores, seria muito melhor que não precisassem ficar parados como alvos, mas enquanto esse sonho não se realiza ficamos por aqui esperando que essas reações estendam-se, também, aos cidadãos comuns, mas não vim aqui só para falar disso e já estava começando a me desviar do assunto principal.
Todos sabem que a polícia precisa de algum tipo de reação, mas precisa, muito, de outros incentivos para trabalhar. O principal desses incentivos é o salário digno, para que o Policial Militar não precise mais estar correndo de um lado para o outro para se sustentar e, sem dúvida, com salários satisfatórios a corrupção diminui, como já disse antes: quanto menos um homem tem, mais barato ele é. Mas essa questão salarial, apesar de poder ser impulsionada, por meio de pressão, pelo Comandante Geral é totalmente dependente do “bom humor” e da “generosidade” do nosso Governador (que não me parece muito sensível ao fato). Além do fator salarial existem outros itens que passam pelo comandante e que podemos levar a seu conhecimento e reivindicar, pelo menos, sua apreciação dos fatores e a possibilidade de suas aplicações, entre eles creio ser de primordial importância a revisão do RDPM pondo fim às punições de privação de liberdade para casos administrativos, afinal não é justo um pai de família ser privado do convívio com os seus por atos administrativos e muitos superiores aproveitam-se dessa “arma” para vinganças pessoais ou para mostrar “poder” (corrijam-me se eu estiver errada, pois sou esposa de policial então posso estar falando bobagens); outro fator que acaba se reportando diretamente a questão salarial é o fim do rancho, pois com isso os policiais, além de terem uma melhor alimentação (escuto muitas queixas a respeito da alimentação servida nos quartéis) ou de, quando na rua, poderem comer em qualquer lugar, significa um “capilé” a mais no contracheque; outro ponto, que inclusive já foi até citado pelo novo comandante, é uma melhoria no atendimento das nossas unidades de saúde, a volta das UBS já seria um bom começo, pois se eu tenho uma unidade com bom atendimento próxima a minha casa, para que ir longe, acrescento que todas essas unidades deveriam incluir atendimento dentário (saúde começa pela boca) e, por fim, mas não menos importante e, ouso dizer, essencial, o acompanhamento psicológico com avaliações periódicas da tropa, os homens merecem esse tratamento, eles merecem poder estar nas ruas em condições de participar dessa guerra urbana que vivemos em boas condições mentais e nós como cidadãos merecemos isso.
Creio que o sonho de todo cidadão, seja ele parente ou não de policial militar, é ter a certeza que o homem que o atende e o protege está bem estruturado, bem apoiado e bem treinado (pois não posso esquecer das reciclagens que devem ser feitas). Homens bem pagos e bem estruturados emocionalmente serão excelentes protetores de todos nós.
Peço desculpas pela minha intromissão numa área da qual tenho pouco (quase nenhum) conhecimento, mas convivo com a PMERJ faz bastante tempo e acho que acabei adquirindo um certo “conhecimento de causa” e um dos meus maiores “sonhos de consumo” hoje é ver a NOSSA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, como uma verdadeira casa, um verdadeiro lar!

Bom Dia e que Deus nos abençoe!

sábado, 11 de julho de 2009

Sofrimento que tento esquecer


Li no blog do novo Comandante Geral, em um comentário, que as DPJMs serão extintas em dois meses. Fiquei bastante surpresa e, não posso negar, muito feliz com a idéia, pois desde 08/04/2005 tenho uma certa mágoa em relação a estes órgãos da PMERJ. Vou narrar um resumo dos fatos e expor o que penso, como me senti na época e como me sinto hoje:

Em 07/04/2004, meu marido, que já vinha apresentando algumas crises do sistema nervoso, teve um problema e eu busquei ajuda na PMERJ. O tenente que veio a nossa residência, um rapaz novo de caserna e talvez um pouco inexperiente, não compreendeu que as nossas necessidades naquele momento eram de ajuda profissional e, agressivamente, talvez pelo estresse a que todos são expostos nas ruas, deu voz de prisão ao meu esposo que, ao tentar levantar-se da cama, foi espancado pelo mesmo e por um soldado que o acompanhava. Dali pra frente tudo virou uma loucura total, meu marido atônito, sem saber o que acontecia e eu desesperadamente arrependida por ter pedido ajuda, na minha cabeça só conseguia pensar que eu poderia ter chamado o SAMU ou os bombeiros, já que ele estava doente e desarmado. Acho que com esse resumo já deu para vocês entenderem mais ou menos o que aconteceu e agora eu vou entrar na minha nada agradável relação com as DPJMs. Meu marido foi encaminhado à 1ª DPJM, autuado por crimes militares e teve sua prisão em flagrante lavrada. Naquela época pouco, ou nada, entendia de polícia, a única coisa que eu tinha certeza era que meu marido havia dito que em caso de qualquer problema eu deveria procurar a Polícia, pois ela é uma família e todos se ajudam, então, no dia seguinte a sua prisão, fui na 1ª DPJM procurar saber porque meu marido estava preso se o que ele precisava era de auxílio médico, fui com a certeza de ser bem recebida, afinal era um órgão da PM, a casa do meu marido. Ao chegar lá, fui recebida no jardim (nem pela porta me deixaram passar) por um homem trajado civilmente que, ao receber minha solicitação de informações, ásperamente disse que nada podia fazer, no que foi sucedido por um outro rapaz que, apesar dos trajes civis, apresentou-se também como sargento e a ele contei, resumidamente, o ocorrido e pedi informações sobre a prisão do meu marido e sobre o que estava acontecendo, o rapaz me pediu que esperasse um pouco, ali mesmo do lado de fora, em pé e totalmente abalada psicologicamente fiquei aguardando e ouvi o rapaz se dirigir a alguém a quem chamou de “major”, então estiquei meu pescoço para ver se conseguia ver com que ele estava falando e só consegui vislumbrar parte de uma calça jeans e uma camisa escura e mais nada consegui ver, pois a minha visão foi turvada pelas lágrimas que começaram a cair imediatamente após ouvir a resposta do dito major, as palavras, ditas em um tom autoritário, grosso e sem nenhuma intenção de ser educado com um semelhante foram exatamente essas: “Manda ela ir lá no batalhão dele saber porque, aqui não é lugar disso, manda embora, manda embora!”
Eu, como civil, fiquei ainda mais confusa. Gente eu sou esposa de um policial, meu marido não era um traficante ou um bandido e, mesmo que fosse, eu merecia algum respeito, sou cidadã, pago os meus impostos e tenho direito, no mínimo a dignidade. Agradeci ao sargento e fui saindo com um animal escorraçado, um cachorro chutado e era assim mesmo que me sentia, mas como não podia deixar as coisas como estavam liguei para o batalhão do meu marido e tive a pior resposta do mundo, lá só sabiam que ele havia sido preso mas não tinham nenhuma informação dos motivos e o comandante dele falou que entraria em contato com a DPJM, pessoalmente, para saber e que me ligaria para informar e me tranqüilizar, pediu que eu fosse ao batalhão conversar com a psicóloga, pois percebeu que eu estava muito abalada e desestruturada e que, sem apoio, poderia desabar a qualquer minuto. Fiquei ali, em pé na rua, em frente a um orelhão pensando como é que a delegacia que prendeu meu marido não podia me informar da situação dele, como é que pessoas que servem na mesma força do meu esposo podem me tratar com tanto desprezo e crueldade e fui remetida a alguns livros que li sobre a segunda guerra onde alemães, às vezes vizinhos de longa data, tratavam outros alemães como lixo humano, como coisa sem valor, só por uma divergência de pensamentos ou por se julgarem muito superiores.
Os fatos que ocorreram, não os esqueci, mas relevei, ao tenente hoje sou grata, pois sem ele talvez nunca meu marido tivesse buscado o tratamento e nem se transformado no homem que é hoje, mas ainda não consegui tirar nenhum lado positivo do tratamento que me foi dispensado na DPJM, até hoje não compreendo, pois como civil se alguém é preso e está na delegacia não é lá que eu tenho que me informar? Então porque aquelas pessoas não podiam me informar nada nem ao menos explicar o que estava acontecendo? Sabem o que é mais triste? O que até hoje me trás lágrimas aos olhos e muita tristeza? É que nem ao menos os nomes deles eu sei e, no meu entender de leiga, eu posso ter sido enxotada feito um bicho sarnento por qualquer um, civil, militar ou até mesmo por alguém que no uso de suas atribuições de policial de órgão correcional prende um pai de família por falta de cobertura, ou por estar encostado em uma parede ou balcão em horário de serviço e nem ao menos seus nome eu soube, porque nem uniforme ou crachá de identificação eles usam.
É preciso que se expurgue da PMERJ todos os envolvidos em crimes, mas não me convenci, principalmente com o tratamento que recebi, de que dar plenos poderes a homens comuns sobre a vida de outros, seja o melhor caminho.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Novos ventos sopram na PMERJ! Serão ventos bons?



Deixei para fazer essa postagem agora à noite, pois primeiro queria dar uma pesquisada e saber quem é ele, quem é o homem que vai assumir essa corporação. Então passei o dia rodando pelos blogs, pelos sites de jornais e pelo blog do próprio coronel para ver se tirava alguma conclusão e o que consegui perceber é que se trata de um homem profundamente inteligente, letrado e que não se deixa manipular, me pareceu uma pessoa que diz o que pensa e que sabe usar o contra ataque muito bem, essas são análises minhas, que tirei lendo o seu blog e vendo que além de filósofo e escritor é um homem de opiniões fortes e bem definidas. Além das minhas considerações vi, na minha pesquisa, que o Coronel Mário Sérgio tem larga experiência de comando, tendo passado por batalhões que devem dar muita “bagagem” como o 22º BPM e o BOPE, então, conhecimento de “pista”, ele tem. Nessas minhas xeretadas por aí ainda não li nenhuma opinião desfavorável, negativa ou depreciativa sobre o coronel, pelo contrário, li em vários lugares praças fazendo menções elogiosas ao coronel, algumas se reportando até à época em que o mesmo era tenente e comandava um PATAMO, todos os comentários que li o retratam como um homem justo e que trata bem os seus homens. Será que, finalmente, nossas preces foram ouvidas? Espero, sinceramente, que o novo comando, além de cumprir as metas pré determinadas pelo governo, honre as opiniões tecidas sobre o seu caráter e trate essa tropa, já tão sofrida, com consideração e respeito e que ouça as reivindicações que os praças têm a fazer e seja a voz do policial junto ao governo, afinal são tantas coisas que precisam mudar, tantos detalhes que passam despercebidos pela população, mas que para policiais e familiares são de suma importância.

Por enquanto só vim aqui para tecer minha visão inicial, pois não conheço o novo comandante e não sei o que pode vir por aí, só espero que sejam bons ventos e desejo de coração que as mudanças sejam boas para todos os policiais honestos e guerreiros do nosso Estado, vamos espera e crer!

Coronel Mário Sérgio Duarte, seja bem vindo e que o senhor faça jus aos anseios da tropa e de seus familiares!

sábado, 4 de julho de 2009

Cabo Bruno: Anjo ou Demônio?

Hoje alguns blogs policiais vêm falando do fato ocorrido ontem na comunidade Gogó da Ema em Belford Roxo, local onde foi assassinado, essa semana, o cabo Maia. O fato carreador de tanta polêmica foi a atitude do Cel. Paulo César Lopes, comandante do 3º CPA, que deu voz de prisão, no local, ao Cabo Bruno, acusado de agredir um menor da comunidade dentro de sua residência. Como mãe sei que viria aqui para falar contra certas atitudes que considero exageradas, como cidadã, talvez aplaudisse a atitude tomada pelo coronel sem olhar a humilhação a qual o cabo foi exposto, como mulher e defensora dos direitos humanos para humanos direitos tentaria enxergar a situação de ambos pontos de vista para tirar uma conclusão objetiva, mas, na realidade estou aqui como esposa de policial militar e, portanto, não vim discutir atitudes de A, B, ou C, mas colocar em cheque uma questão muito antiga na PMERJ e que, com certeza, precisa ser revista que é o fato inquestionável da ausência de apoio psicológico aos policiais que sofrem traumas e que passam por situações de stress extremo no seu dia a dia.
Como foi publicado no jornal (num pequeno trecho que muitos podem ter passado por cima sem se importar), o Cabo Bruno havia estado na mesma comunidade essa semana e assistiu, bem como socorreu, seu companheiro de batalhão após o mesmo ter sido atingido por um disparo na cabeça e, poucos dias depois, retornou a comunidade para participar da incursão que estaria em busca dos assassinos do colega que ele havia socorrido e enterrado há apenas 24 horas. Bem, depois dessa narrativa, eu pergunto: Será que esse policial estava psicologicamente pronto pra retornar ao local para uma operação tão delicada? Logo ele que havia participado tão ativamente e tão de perto da outra operação que ocasionou a morte de um colega e que teve suas mãos sujas pelo sangue do companheiro?
Já faz tempo que eu bato nessa tecla, faz tempo que eu insisto que o suporte psicológico na PMERJ é inexistente e que policiais diretamente envolvidos em casos de stress efetivamente altos devem ser afastados e avaliados e, só após uma análise pormenorizada dos danos que foram causados, ou não, na parte psicológica do policial é que ele poderia voltar ao trabalho, independente do efetivo ser grande ou não, pois quantidade não é sinônimo de qualidade. Alguém já parou para pensar na vontade, na “sede” que esse policial estava sentindo de pegar o assassino do colega e até mesmo no medo ao qual estava submetido ao voltar ali e saber que o mesmo poderia ocorrer com ele? Em um caso assim qualquer pessoa, seja menor ou maior, se torna um inimigo em potencial, qualquer um pode ser o detentor da informação vital para se chegar ao assassino e uma pessoa movida por fortes emoções e por desestabilização emocional faz coisas sem pensar. Nada justifica a agressão a uma criança, mas a grande culpa por fatos como esse ainda ocorrerem é de quem não quer enxergar a necessidade de avaliação e apoio ao policial que está na rua, quando falo essas coisas falo com conhecimento de causa, pois não foi nem uma nem duas vezes que meu marido após trocar tiros de dia teve que voltar ao mesmo local na noite seguinte para trocar tiros novamente, ou que após ver um colega morrer numa troca de tiros voltou ao mesmo serviço 48 horas depois sem sequer ter passado pelo consultório de uma psicóloga, pois já que o policial não procura ajuda, para os responsáveis pela PMERJ significa que ele não precisa, e isso é a maior balela que já vi. O suporte psicológico deveria ser compulsório: Passou por situação de stress extremo, tem que se apresentar ao setor de psicologia e ponto. Para tantas outras coisas a PMERJ faz com que o policial cumpra as determinações, porque não somar mais essa?