Quem de vocês se recorda dos dois policiais flagrados por um repórter cochilando dentro da viatura na Urca? Sei que poucos vão se recordar do fato, salvo os que leram nos jornais de ontem que os dois já estão sendo punidos e correm um sério risco de serem excluídos da Polícia Militar.
Para quem é mero espectador deve estar passando pela cabeça que tem que ser assim mesmo afinal, onde já se viu: policiais dormindo em serviço. Para mim, que assisto esses fatos um pouco mais de perto, que vejo pela ótica de pessoa diretamente ligada às conseqüências das atitudes tomadas pelo meu marido, estou completamente penalizada e, porque não dizer, transtornada com a situação dos dois. Quando a foto foi publicada (foto esta que deve estar enchendo de orgulho o peito do repórter do GLOBO que a publicou), lembrei da época em que meu marido vivia caindo pelos cantos da casa, ele chegava sentava no sofá e fazia um esforço enorme para nos dar um pouco de atenção, depois de dois ou três dias sem vê-lo, eu e os garotos (na época um com 9 e outro com 2 anos) disputávamos seu olhar e seus ouvidos e mesmo com toda a algazarra, creiam-me, ele apagava, e era um sono tão pesado que, mesmo quando eu acomodava suas pernas no sofá e lhe tirava os sapatos, ele não acordava.
Vejo agora esses dois policiais sob risco de exclusão e me ponho no lugar deles: Se eu fosse Policial Militar eu dormiria de propósito, mesmo sabendo que um minuto de sono poderia me custar a vida? Penso nos dias em que depois de dois plantões noturnos seguidos mais os afazeres da casa sento para assistir o jornal ou ajudar meus filhos nas tarefas escolares e percebo que cochilei e “perdi” alguma coisa. Seria bom se todos se pusessem no lugar deles para perceber que, muito provavelmente, depois de uma ou duas noites sem dormir emendando o bico na PMERJ, é humanamente impossível manter-se alerta em uma viatura “baseada” em um local calmo, o corpo não agüenta, mesmo que a mente queira o contrário. E antes que alguém venha com a lengalenga de que como policiais eles não poderiam estar fazendo “bico”, vá tentar viver dignamente com o salário do policial. Antes ainda de tudo mais e de ouvir a célebre frase: “Não está satisfeito vá embora”, digo a vocês que se todos os insatisfeitos com as condições de trabalho e salário fossem embora, com certeza, os hospitais estaduais seriam grandes navios fantasma. Então temos que pensar em defender aqueles que, mesmo exaustos, ganhando o pior salário do país e sendo odiados por mais da metade da sociedade, estão lá todos os dias para nos defender, mesmo com o sacrifício da própria vida.
Agora ao senhor repórter:
Meus parabéns! O senhor pode ser o responsável por dois pais de família, não bandidos, mas pais de família, perderem seus empregos e ficarem sem perspectivas de conseguir alguma colocação pelo menos por algum tempo pois, como todos nós sabemos, quem leva o rótulo de ex-PM não consegue arrumar mais nada. Parabéns senhor repórter, que para alavancar ainda mais sua carreira pisou, sem dó nem piedade homens de bem que estavam em seu caminho!
Para quem é mero espectador deve estar passando pela cabeça que tem que ser assim mesmo afinal, onde já se viu: policiais dormindo em serviço. Para mim, que assisto esses fatos um pouco mais de perto, que vejo pela ótica de pessoa diretamente ligada às conseqüências das atitudes tomadas pelo meu marido, estou completamente penalizada e, porque não dizer, transtornada com a situação dos dois. Quando a foto foi publicada (foto esta que deve estar enchendo de orgulho o peito do repórter do GLOBO que a publicou), lembrei da época em que meu marido vivia caindo pelos cantos da casa, ele chegava sentava no sofá e fazia um esforço enorme para nos dar um pouco de atenção, depois de dois ou três dias sem vê-lo, eu e os garotos (na época um com 9 e outro com 2 anos) disputávamos seu olhar e seus ouvidos e mesmo com toda a algazarra, creiam-me, ele apagava, e era um sono tão pesado que, mesmo quando eu acomodava suas pernas no sofá e lhe tirava os sapatos, ele não acordava.
Vejo agora esses dois policiais sob risco de exclusão e me ponho no lugar deles: Se eu fosse Policial Militar eu dormiria de propósito, mesmo sabendo que um minuto de sono poderia me custar a vida? Penso nos dias em que depois de dois plantões noturnos seguidos mais os afazeres da casa sento para assistir o jornal ou ajudar meus filhos nas tarefas escolares e percebo que cochilei e “perdi” alguma coisa. Seria bom se todos se pusessem no lugar deles para perceber que, muito provavelmente, depois de uma ou duas noites sem dormir emendando o bico na PMERJ, é humanamente impossível manter-se alerta em uma viatura “baseada” em um local calmo, o corpo não agüenta, mesmo que a mente queira o contrário. E antes que alguém venha com a lengalenga de que como policiais eles não poderiam estar fazendo “bico”, vá tentar viver dignamente com o salário do policial. Antes ainda de tudo mais e de ouvir a célebre frase: “Não está satisfeito vá embora”, digo a vocês que se todos os insatisfeitos com as condições de trabalho e salário fossem embora, com certeza, os hospitais estaduais seriam grandes navios fantasma. Então temos que pensar em defender aqueles que, mesmo exaustos, ganhando o pior salário do país e sendo odiados por mais da metade da sociedade, estão lá todos os dias para nos defender, mesmo com o sacrifício da própria vida.
Agora ao senhor repórter:
Meus parabéns! O senhor pode ser o responsável por dois pais de família, não bandidos, mas pais de família, perderem seus empregos e ficarem sem perspectivas de conseguir alguma colocação pelo menos por algum tempo pois, como todos nós sabemos, quem leva o rótulo de ex-PM não consegue arrumar mais nada. Parabéns senhor repórter, que para alavancar ainda mais sua carreira pisou, sem dó nem piedade homens de bem que estavam em seu caminho!