"Durante entrevista coletiva na tarde de hoje na sede da Procuradoria Regional da República, os procuradores os procuradores Maurício da Rocha Ribeiro, Cristina Schwansee e Paulo Fernando Corrêa, autores da denúncia, afirmaram que há provas claras sobre a importância do ex-governador Anthony Garotinho na manutenção política do grupo.
De acordo com os procuradores, Garotinho sabia do esquema e permitiu que ele fosse adiante, nomeando os envolvidos para funções estratégicas na sua administração. Ainda segundo os procuradores não há provas que Garotinho tenha se beneficiado financeiramente das propinas e, por esta razão, não pediram a prisão do peemedebista.
- Não há provas até o momento de que o ex-governador estivesse diretamente ligado às ações criminosas cometidas por Álvaro Lins, Hallak e pela quadrilha, mas existe sim uma denúncia bem detalhada, que não pode ser divulgada por estar sob sigilo da importância do ex-governador para a manutenção da quadrilha. Ficou comprovado que ele atuava como líder político do grupo, dando respaldo aos integrantes principalmente durante o governo Rosinha, quando chegou a ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública - afirmou o procurador Paulo Fernando Corrêa.
Embora o esquema tenha sido mais atuante no governo Rosinha Garotinho, segundo os procuradores não ficou provado que ela soubesse das atividades criminosas de seus assessores diretos.
- Nas investigações feitas e na análise das provas coletadas não houve encontramos qualquer prova que justificasse uma denúncia contra a governadora em crime tão grave - afirmou o procurador Maurício da Rocha Ribeiro.
A denúncia do MPF foi encaminhada ao Tribunal Regional Federal da 2 Região e caberá aos 27 desembargadores do Pleno decidir sobre a abertura de ação penal contra os acusados. A relatora do processo, desembargadora federal Márcia Helena Nunes decretou a prisão cautelar dos acusados e o seqüestro dos bens do deputado Álvaro Lins. Antes que o pleno do TRF se reúna para decidir sobre a ação penal, os denunciados têm 15 dias para apresentar defesa prévia à Justiça.
Os procuradores explicaram que, por ter foro privilegiado, não foi possível pedir a prisão preventiva de Álvaro Lins. Mas afirmaram que sua prisão foi legal e não constituiu abuso, uma vez que ele foi preso por seu crime - lavagem de dinheiro - ser de flagrante permanente. Segundo eles, durante as investigações da Operação Gladiador, a PF apreendeu na casa do inspetor Mário Franklin Leite Mustrange de Carvalho, conhecido como Marinho, uma planilha com gastos pessoais de Álvaro Lins, que mostravam uma movimentação de R$ 25 mil por mês.
- Como chefe de Polícia, ele recebia R$ 7 mil. Mas na época em questão, ele estava em campanha política, e seus vencimentos eram de R$ 4 mil, como delegado de polícia. Ele não tinha como manter estes gastos e também ocultou patrimônio usando laranjas. No momento da prisão, inclusive, ele estava em um dos imóveis em nome de laranjas - explicou Maurício Ribeiro da Rocha."
EXTRA.
Como não podia deixar de ser, a "quadrilha" está sendo desbaratada! Nós cariocas merecíamos uma resposta, uma satisfação. Não dava mais pra conviver com tanta sujeira sendo empurrada pra debaixo do tapete, tanta imundície sendo espalhada nas nossas portas sem que alguém viesse recolher. Espero que o trabalho de excelência da Polícia Federal siga até o fim sem a interferência dos manda-chuvas do poder que, com certeza, virão para tentar, mais uma vez, esconder as falcatruas com as quais convivemos durante longos 8 anos.Foi com surpresa e alegria que acordei hoje com a notícia de que mais um grupo de grandes tubarões havia caído nas redes da PF, e que o MPF estava trabalhando a pleno vapor para que cada um dos envolvidos comece a responder por seus atos. Diazinho feliz, estou rindo até agora!
Parabéns a PF e ao MP pelo trabalho! Sigam em frente, tem mais peixe grande pra cair nessa rede!